Há momentos que não tem jeito, temos que parar e repensar algumas coisas na nossa vida – ou a própria vida.
Sendo adulto, é inevitável a entrada numa sequência automática das segundas e terças e quartas e quintas…finais de semana e segunda de novo, é inevitável não se apegar as formas, aos cheiros, aos sabores, aos lados, as direções diárias; a tendência é os hábitos ficarem cada vez mais arraigados, as manias surgirem e os pensamentos seguirem o mesmo curso sempre.
São as crises, as dificuldades, numa linguagem mais cristã: as tribulações, que nos param e nos tiram dessa sequência monótona. Já notou isso?
Nossa reação imediata quase sempre é o espanto, o medo, a tristeza; mas se soubermos aproveitar a situação, isso será só de início.
Assim como depois daquela tempestade que sacudiu tudo, depois de passado todo o barulho e demais coisas que acompanham tal cena, vem a calmaria, vem uma calmaria. E é aqui que paramos e conseguimos pensar fora da sequência automática. Depois da tempestade é preciso colocar as coisas de volta no seu lugar – a vida não para. Depois da tempestade é o momento perfeito para repensar sobre como as coisas estavam organizadas – nós que precisamos parar. Pois é normal e até recomendável que ao voltar tudo para o lugar, automaticamente (sim!) se reveja se é aquilo mesmo, se é daquela forma mesmo, se o cheiro, o sabor, os lados e as direções daqui para frente devem ser as mesmas. Repensar os hábitos, abrir mão das manias – que geralmente não são boas. Ter o pensamento liberto.
É assim que Deus por vezes nos conduz ao novo. As crises, ah as crises!, aflições, tribulações; se soubéssemos o valor, se soubéssemos como Aquele que pensou tudo a respeito das nossas vidas, as usa para moldar-nos, seria imensa a nossa alegria com a chegada delas.
KELLY OLIVEIRA BA.
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